sexta-feira, 29 de julho de 2011

Carta aberta a um bebê que ainda não nasceu



Abaixo está uma carta que eu escrevi a um bebê que um nunca conheci, e provavelmente nunca conhecerei.

Um pastor na Costa Leste me mandou um e-mail para me dizer que um casal em sua igreja tinha ouvido a versão em áudio de Adopted for Life [N. T.: Adotado por toda a vida], e sentiram Deus os chamando para adotar. O processo levou a uma situação em que, nessa semana, uma jovem mulher que dará a luz a um menino, e fez um plano de adoção para que esse casal se torne os pais do garoto. O pastor perguntou se escreveria uma carta a esse menino, para quando ele tiver idade suficiente para começar a perguntar sobre sua adoção e o que isso significa. Eu mudei o nome dele, mas isso foi o que eu escrevi:

Querido Micah,

Deixe-me começar esta carta reconhecendo que eu não te conheço. Não sei nem se devo me referir a você como “Micah” ou “Tyler”, pois não sei se seus pais te chamarão pelo seu primeiro nome ou pelo do meio. Talvez você tenha um apelido, ou, à medida que você vai crescendo, se torne “M.T.” ou algo do tipo. Eu não sei, porque eu não te conheço. Seus pais leram um livro que eu escrevi, e o pastor deles me contou sobre eles, e sobre você.

Mas, visto que faltam alguns dias para você nascer, ninguém te conhece, ainda. A história da sua vida está apenas começando, e há muitas pessoas esperando ansiosamente por você, especialmente seus novos pais, que têm orado por você há muito tempo. Nós te amamos faz tempo.

Mas, pensando bem, eu não posso realmente dizer que ninguém te conhece ainda, porque Alguém conhece. Nos anos que estão por vir, você, provavelmente, enfrentará tempos difíceis, de querer saber quem é você e de onde você veio. Todo mundo passa por isso, alguns de nós mais do que outros. Você, provavelmente, será tentado a pensar nessas crises porque você era uma criança “adotada”.



Não acredite nisso.

Você não é um acidente. Este universo é vasto e mais misterioso do que você pode imaginar, e no coração dele, eu acredito, que existe um Ser pessoal que chamamos “Deus”. Com milhões de pessoas por todo o mundo, e por milhares de anos, eu acredito que esse Deus se revelou em um homem chamado Jesus, que nos ensinou a chamar esse Deus, junto com ele, de “Pai”.

Jesus tinha um segredo, um segredo que as pessoas tentavam descobrir por muito tempo, até que ele nos mostrou há, relativamente falando, pouco tempo. Ele não é nenhum homem qualquer. De fato, ele é Um com o seu Pai desde antes do universo existir. Todo o cosmos foi modelado por ele, e para ser seu. O ser humano foi feito especialmente da forma como Jesus é, mas, tempo atrás, nossos ancestrais, e todos nós com eles, fomos levados cativos por um espírito-predador, e nós conhecemos apenas a escravidão de seguir os nossos próprios impulsos até a sepultura. O universo o qual fomos feitos para governar não nos reconhece mais como o que nos fomos feitos para ser, os filhos de Deus.

Mas Jesus estava livre dessa sentença de morte. Sua vida estava exatamente de acordo com o que o Pai dele queria. Ele veio a esse mundo assombrado por demônios, e mostrou ter poder sobre espíritos maus e sobre a própria maldição. Então, ele ficou em nosso lugar e suportou aquilo que mais tememos, e tudo aquilo que nós nem conhecemos o suficiente para temer: sofrimento, tentação, acusação, abandono por amigos e família, alienação de Deus e a própria morte.

Mas nenhuma dessas coisas foi forte o suficiente para deter Jesus. Porque ele não tinha nada a esconder de seu Pai, ele foi a primeira pessoa na história a sair do tumulo em novidade de vida.

Esse Deus de Jesus Cristo decidiu a sua história. Ele decidiu que você nasceria de sua mãe biológica, e que ela teria coragem e o amor de te dar a vida. Ele quis que você fosse adotado por esta família de uma mãe e um pai que amam você. Ele assegurou que haveria um tipo de vazio na vida deles que os levaria a buscar você, bem na hora em que ele o traria a eles. E ele te colocou em uma família que acredita nas boas novas da antiga história que eu te contei anteriormente.

Minha oração para você é que você veja como é amado fervorosamente. Sua mãe biológica amou você, ou você não estaria aqui para ler isso. Seus pais amam você, e sempre vão amar, não importa o que aconteça. Ainda mais importante, o Deus que te formou te ama o suficiente para te mostrar em sua própria vida a imagem que ele queria para todos nós: ser adotado, por toda a vida, em sua família.

Eu oro para que um dia, quando você tiver idade suficiente, você sinta um tipo de descontentamento com a sua vida. Eu oro para que você veja que não é por causa das suas circunstâncias, e certamente não é porque você foi adotado. Isso é porque você, como todos nós, será um pecador e precisa de misericórdia, um órfão espiritual que necessita de um Pai. E eu oro para que você olhe para a história em que seus pais acreditam. Eu oro para que você olhe para o sangue de Jesus na cruz como o inferno suficiente para você, e para a tumba vazia de Jesus como a vida suficiente para você. Eu oro para que você aprenda, e nada mais, a dizer duas coisas: “Jesus é o Senhor” e “Aba Pai”. Eu te prometo, ele estará lá para te receber e regozijar sobre você. Ele sempre estará.

Novamente, eu ainda não te conheço. Mas eu estou ansioso para te conhecer um dia, como seu irmão. Se não entre o seu primeiro e o centésimo ano de vida, então nos trilhões mais que teremos diante de nós na nova criação em Cristo. Espero que você esteja lá comigo e com a multidão de incontáveis ex-órfãos como nós. E é assim então que você, e eu, saberemos totalmente o que significa ser adotado, adotado por toda a vida.

Bênçãos para uma vida de paz, alegria, e, acima de tudo, amor,

Russell


Traduzido por Marianna Brandão | iPródigo.com | Original aqui

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